um triste ensaio sobre a beleza a sad essay about beauty (2015)


2016

11 nov | 11th Nov

Teatro da Trindade,

Festival Temp d'image

Lisbon, Portugal

 

5 Jun |  5th Jun

(formato galeria | gallery presentation)

Fundação Serralves

Serralves em Festa

Porto, Portugal

 

19 Fev | 19th Fev

Teatro-Cine de Torres Vedras

Torres Vedras, Portugal

 

2015

Estreia | Premiere

4 Out | 4th Oct

Teatro Municipal do Porto

Porto, Portugal

 

13 Fev | 13th Feb

(em processo | in process)

Centro Cultural Vila Flor

Guidance 2015

Guimarães, Portugal

 

2014

(em processo | in process)

19 de Jun | 19th Jun

Mosteiro São Bento da Vitória

Mostra DesNorte 2014

Porto, Portugal


Direção, Texto, Coreografia, Interpretação e Figurinos | direction, text, choreography, performing and costumes_ Mara Andrade

Assistência de direção | Assistante direction_ Marco da Silva Ferreira

Desenho de luz | light design_ Wilma Moutinho

Sonoplastia e música | sonoplastia and music_ Sérgio Martins e Rui Lima

Produção | production_ Pensamento Avulso, Associação de Artes Performativas

Coprodução | Coproduction_ Teatro Municipal do Porto

Apoios (residências) | Supports (residencies)_ Companhia Instável, Mala Voadora, espaço do tempo

Agradecimentos | Thanks_ Pietro Romani


(PT)

"This is my reality. I am always observing. I am always observing me observing the others. I am alone. Out. I’m unprotected. I become de horizon. Actually your unconscious horizon. I am everywhere.

Finally I’m not here.

Every time I feel something sad, there is a special joy and really warm and good feeling inside me. Where? I don’t know. It's never possible to me to really feel sadness by itself.

If it is a kind of depression, it's beautiful."

Neste ensaio estou algures dentro de algo tão triste ou até trágico que surge uma proporção incrível de beleza.

Quando entendo o inevitável choro, quero que este instante nunca acabe e desejo continuar a observá-lo.

Nesta dança melancólica de silêncio verbal, move-se um corpo tristemente embelezado.

Tudo começou quando me disseram: “Tens um ar triste.” 

 

(EN)

Every time I feel something sad, there is a special joy and really warm and good feeling inside me. Where? I don’t know. It's never possible to me to really feel sadness by itself.

If it is a kind of depression, it's beautiful.

 

In this essay I am inside something so sad or even tragic that an incredible proportion of beauty arises.

When I understand the inevitable cry I want to be in this moment forever and I wish to continue watching it.

In this melancholic dance of verbal silence, a sadly embellished body moves.

Everything started when someone said to me "You look sad."




Imprensa | Review

Beatriz Vasconcelos

ESPALHA-FATOS - Arte.Entertenimento.Vida

    Um triste ensaio sobre a beleza de Mara Andrade foi uma peça cómica e que surpreendeu pela positiva. Toda vestida de negro, a bailarina entra em palco arrastando os pés, produzindo um som cómico. Enquanto se movimenta existe uma voz off que descreve cada um dos seus movimentos e posições. Essa voz explica que o projecto ali apresentado iniciou-se com uma procura de como seria possível mostrar a tristeza no corpo, como seria representá-la e o quão belo pode ser. Fazendo uso de um série de objectos como a areia, a cadeira, uma toalha e até um dinossauro a pilhas. Mara Andrade utiliza todos os meios para que a sua performance seja o mais visual possível. No entanto, não é o corpo que importa mas sim que imagens forma e como podem ser belas.

        “Existe uma encenação de algo que pode parecer um suicídio. Contudo, é mais uma tentativa de um transformação, da tal desmaterialização. Iniciou-se uma sensação de algo que não aconteceu e de que não vai haver tempo. O fim é certo.”

     No fim, a intérprete fica deitada no chão, como morta ou então em tal depressão que não se consegue mexer. A voz pede para a plateia se retirar, ela quer ficar sozinha. Apesar das luzes da plateia já estarem acesas, ninguém o faz. Toda a gente quer aplaudir mas aquele corpo ali inerte e sem forças em combinação com o apelo desesperado de quer ficar só, causa uma compaixão pela intérprete. O público cede, ouvem-se uns tímidos aplausos e aos poucos o público vai saindo, para trás fica Mara Andrade deitada no chão e reduzida a quase nada que, depois uma interpretação fantástica, não recebeu os aplausos merecidos.